Cerca de oito milhões de brasileiros sofrem dependência de internet, segundo pesquisa elaborada pelo Hospital das Clínicas em São Paulo. O avanço tecnológico encanta, facilita a comunicação empresarial e trabalhos acadêmicos, mas o uso excessivo é bastante prejudicial para a vida pessoal e profissional de muitos cidadãos.
O prazer em curtir o momento com colegas e com a família está sempre dividido com a internet, que a cada dia está mais fácil, seja através de um celular, tablet, notebooks. Vários fatores podem acarretar o uso abusivo da internet como “compensar” problemas como a baixa autoestima, problemas de depressão e estresse.
De acordo com a psicóloga Rebeka Nascimento Pierre de Lima, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV) levanta oito critérios para diagnosticar a dependência de internet, são eles:
1 - preocupação excessiva com a internet;
2 - necessidade de aumentar o tempo conectado (online) para ter a mesma satisfação;
3 - exibir esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da internet;
4 - presença de irritabilidade e/ou depressão;
5 - quando o uso de internet é restringido apresenta labilidade emocional (internet como forma de regulação emocional);
6 - permanecer mais tempo conectado (online) do que o programado;
7 - trabalho e relações sociais em risco pelo uso excessivo e
8 - mentir aos outros a respeito da quantidade de horas online.
Existem ainda dois tipos de dependência pela internet, a específica e a generalizada. “A específica é referente ao uso abuso de conteúdos específicos da internet, como jogos, negociações, pornografia, entre outros. Na generalizada os usuários permanecem, pois são atraídos por uma sensação de bem- estar online, estas pessoas preferem o uso da internet do que uma relação frente a frente, por exemplo”, detalha a psicóloga Rebeka Nascimento.
O grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria, do Hospital das Clínicas em São Paulo, criou o teste “Você é viciado em internet?” para os cidadãos descobrirem se a rede está colocando a saúde em risco. Para fazer o teste clique aqui.
Curiosidade
Uma pesquisa realizada pela Academia de Ciências da China revelou que os viciados em internet têm alterações similares no cérebro àqueles que usam drogas e álcool em excesso. O estudo, realizado com 17 jovens viciados em internet, descobriu diferenças na massa branca (parte do cérebro que contém fibras nervosas) dos viciados na web em comparação a pessoas não-viciadas. As alterações identificadas em exames de ressonância magnética foram encontradas nas partes do cérebro relacionadas a emoções, tomada de decisão e autocontrole.
Com informações HC São Paulo, BBC Brasil e DSM IV.